O que é isso que arde no meu peito?
Cansei de buscar a paz,
Cansei de buscar a felicidade,
Na verdade é isto que sinto,
Um grande e enfadonho cansaço.
Não quero mais fazer o que é o certo
Se ainda nem sei o que é errado
Pois o que é certo para mim?
Devo tão somente sufocar o que sou?
O bem é a morte aparente?
O que é?
E o bom? O bom é o que não posso ter e ser? É o proibido então?
Ah, chega! CHEGA!
Quero seguir, vou andar...
Do que preciso?
Do que sinto falta?
O que espero?
Qual é a meta?
Não tenho mais essas respostas,
Tenho uma vida pra viver, tenho o dia de hoje
E hoje eu não quero me policiar.
Não faz mesmo sentido essas palavras e nem com isso irei me preocupar. Pre-ocupar!
Vou liberar espaço, vou abrir espaço dentro de mim, pra mim.
Minhas histórias só são isso mesmo...histórias... fatos são momentos raros e efêmeros que logo se transformam num dia em algum lugar do passado.
Talvez eu nunca consiga esgotar tudo que sinto em mim. Todas as emoções, sensações, palavras em desconexo, pensamentos e desatinos.
Queria suprir minhas vontades.
Queria esgotar por um tempo todos os desejos.
Só há músicas e poesias.
E é assim que sou.


Poucos momentos nessa vida desejei estar só
Como desejo agora.
Agora sei que nada nem ninguém deve estar perto.
Não quero fugir desta vez,
Nem fantasiar,
Nem sofrer além da dor que já estou condenada a sentir.
Vítima de minhas escolhas?
Quem poderá saber o que guarda o futuro,
Escolhi baseada na razão e na lucidez.
Hoje, de que me importa tanta lucidez?
Hoje só tenho meus pensamentos a vagar.


O caminhar de um homem é singular

descobrimos não sei se com o tempo

ou com as escolhas, ou com o resultado delas

que na vida é bom apreciar o que nos rodeia de perto.


O todo que nos rodeia não faz parte de nós,

continua ali próximo e por mais que nos atraia

nos fascine, não faz parte de nós.


A gente caminha nesta estrada

e muitas das vezes deixamos escapar o essencial

aquilo que se tirado de nós

seria como morrer uma parte

rasgar a alma ao meio.


Como descobrir o essencial?

Buscamos fora,

buscamos longe,

buscamos em outros.


Mas tá aqui dentro,

quando a gente olha dentro

sentimos pavor,

medo,

raiva,

mas também amor,

alegria,

satisfação no que se é.


Descobrindo, lembrando que o que se é

é uma obra prima,

inacabada,

em construção permanente.


Sou real comigo mesma.

Não fantasio o que de fato sou,

e o que sou não posso dizer com clareza a vós.


E é exatamente isso que nos faz singular!


Eu.



Minha alma é inquieta,
Desassossegada,
Consumo-me em sentir demasiado
Parece que sinto prazer na dor.
Tenho buscado incansavelmente
O amor,
Certamente o amor a minha maneira.
E de tanto buscar sinto exaustão
Sinto solidão.
Há um “q” de insanidade nisso tudo
Pelo menos é o que acho,
Pois invejo aos que chamo de acomodados
Parecem tão tranqüilos e satisfeitos,
Parece não esperar mais nada de surpreendente na vida.
Quanto a mim, não consigo me conformar
Pareço sempre estar com fome de algo,
Insatisfeita com a aparente perfeição que me rodeia.
Perdoem-me, gostaria de ser a simplicidade que busco
Para conter a complexidade dos meus sentimentos.
Eu.


Quero postar a letra dessa música, pq só completa o que postei hoje!


Marcelo Camelo - Liberdade



Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade


O que tenho eu para compartilhar aqui...
Meu olhar busca uma vida que não vivi,
Minhas dores não encontram explicação para existirem.
Busco uma paixão que jamais encontrarei.
Vivo insatisfeita essa é que a verdade,
Daí me encontro nas lamentações deles
Não acho bonito o sofrer deles,
Só não me sinto tão só.
Eu.


Soneto do maior amor
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.


PEDAÇOS DE MIM
Eu sou feito de

Sonhos interrompidos

detalhes despercebidos

amores mal resolvidos
Sou feito de

Choros sem ter razão

pessoas no coração

atos por impulsão
Sinto falta de Lugares que não conheci

experiências que não vivi

momentos que já esqueci
Eu sou

Amor e carinho constante

distraída até o bastante

não paro por instante

Já tive

noites mal dormidas

perdi pessoas muito queridas

cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu

Desisti sem mesmo tentar

pensei em fugir,

para não enfrentar

sorri para não chorar
Eu sinto pelas

Coisas que não mudei

amizades que não cultivei

aqueles que eu julguei

coisas que eu falei
Tenho saudade

De pessoas que fui conhecendo

lembranças que fui esquecendo

amigos que acabei perdendo

Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

Amor é um Fogo que Arde sem se Ver Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"


Sonho. Não Sei quem Sou Sonho. Não sei quem sou neste momento. Durmo sentindo-me. Na hora calma Meu pensamento esquece o pensamento, Minha alma não tem alma. Se existo é um erro eu o saber. Se acordo Parece que erro. Sinto que não sei. Nada quero nem tenho nem recordo. Não tenho ser nem lei. Lapso da consciência entre ilusões, Fantasmas me limitam e me contêm. Dorme insciente de alheios corações, Coração de ninguém. Fernando Pessoa


Às Vezes Tenho Idéias Felizes Às vezes tenho idéias felizes, Idéias subitamente felizes, em idéias E nas palavras em que naturalmente se despegam... Depois de escrever, leio... Por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu... Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?... Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa