Teu beijo acende meus poros,

Estar em teus braços é um prazer indizível,

Maravilhoso é ter por algum momento a plenitude

Ter todos os sentidos vibrando de satisfação

Poder te vê, sentir teus braços me cercando,

Tua boca na minha, teu cheiro me aprisionando em ti

E ouvir teus sussurros.

O que falar do coração, o perceber da corrente sanguínea

Acelerada, forte, intensa…

Nossa…

Sentes o mesmo?

Te quero no agora urgente,

Te quero em um futuro que já é.

Eu tô ficando sem ar.




Importe-se comigo e pergunte-me o que me faria feliz hoje,
Eu te responderia que quero vê o mar, andar descalça pela areia,
Contemplar o pôr do sol e dar muitas risadas.
Sabe o que é engraçado? Isso não seria espontâneo, então poderia acontecer tudo
Menos as gargalhadas.
Eu poderia cumprir todas as demais coisas com um aperto no coração, um choro engasgado,
E o pensamento como se fossem duas gaivotas engaioladas.
Não temos o que dizer um ao outro. Enquanto você nada diz, eu penso.
Estaria com meu silêncio mais uma vez.
O mar me absorve e leva o que me inquieta ainda que eu não consiga dizer o que.

Sonhos de liberdade...
Alma livre...
Somos quem podemos ser...
Sua liberdade acaba quando começa o direito do outro...
Livre...
Livre aqui dentro...
Posso te alcançar...
Posso estar...
Sou... Sendo... Indo...
Não precisa fazer sentido, nunca faz, nem com todas as palavras do mundo, só entendam o que quiserem entender, é sempre assim mesmo, a leitura que convém.
Quem sou?
Quantas sou?
Quantas almas tenho?
Quantas vidas preciso viver?
Busco respostas?
Quem saberá?
Só sei que busco, busco coisas difíceis de se ter, muito difícil de encontrar.



Já duvido de muitas coisas
Realidade, sonho, pensamentos, sensações;
O que sei é que há uma química liberada em meu corpo
E tudo em mim pede você
E você está aqui, em mim,
Sinto teus braços me envolvendo e tua respiração quente na minha nuca... É tanto desejo, é tanta paixão... Parece que o coração vai explodir.
Meu corpo desconhece limites e só quer se entregar,
Não há sentimento de culpa, nem vergonha em se dar.
Quero tudo...
Desfrutar de um momento único, ímpar
Ser tua,
Quero tua sede saciada em mim,
Teu corpo pulsando em mim.
Beija a minha boca, esconda-se por baixo dos meus cabelos,
Cheira minhas costas e palmo a palmo vem me descobrir.
Não consigo encontrar as palavras certas
Para expressar paixão e desejo,
Vontade e saudade,
Porém, te sinto aqui, te sinto em mim
E somos um do outro, eternizados, protegidos, famintos e ao mesmo tempo saciados.
É tudo surreal e muitas vezes isso não basta.
Te amo!

Exagerada que sou,
Tudo em mim pede você,
Insaciável que sou
Estou quase a morrer de querer tanto você,
Sonhadora que sou
Lanço no universo projeções de nós dois,
Carinhosa que sou
Vejo nossos beijos perfeitos,
Ansiosa que sou
Vejo meu peito sofrer uma taquicardia apaixonada,
Alucinada que sou
Sinto nossos perfumes se misturando resultando na essência perfeita,
Dramática que sou
Vejo tudo indo, num desejo de vir e na impossibilidade de chegar.





"Corre dentro de mim uma vontade de te amar
Corre dentro de mim uma vontade cada vez maior de te tocar
Corre dentro de mim uma vontade de te beijar"
Dentro de mim, corre uma vontade de te amar mais...
de te tocar cada vez mais, e com o meu toque suscitar todas as sensações óptimas que o amor carrega
Corre uma vontade de te beijar, abraçar... Sentir-te em mim cada vez mais!
Tenho saudades de estar deitada ao teu lado, tenho saudades de adormecer no teu peito!
Tenho saudades de passear contigo... de ver o mar... de me acalmar!"


Ora
Até que
Enfim
Ora até que enfim..., perfeitamente...
Cá está ela!
Tenho a loucura exatamente na cabeça.
Meu coração estourou como uma bomba de pataco,
E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...
Graças a Deus que estou doido!
Que tudo quanto dei me voltou em lixo,
E, como cuspo atirado ao vento,
Me dispersou pela cara livre!
Que tudo quanto fui se me atou aos pés,
Como a sarapilheira para embrulhar coisa nenhuma!
Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta
E me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!
Graças a Deus, porque, como na bebedeira,
Isto é uma solução.
Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!
Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!
Poesia transcendental, já a fiz também!
Grandes raptos líricos, também já por cá passaram!
A organização de poemas relativos à vastidão de cada assunto resolvido em vários —
Também não é novidade.
Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...
Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar na pia, comia-o.
Com esforço, mas era para bom fim.
Ao menos era para um fim.
E assim como sou não tenho nem fim nem vida...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa


Queria ser autônoma de mim
Livre de mim
Salva de mim.
Só há um lugar possível de ser arrebatada de mim mesma,
Onde sou tocada pelo nada que acalma,
Onde os pensamentos perdem toda sua força,
E sou limpa de mim, lavada de mim,
As gavetas misteriosas que compõem em milésimos de segundos incontáveis pensamentos são fechadas
E o silêncio vem,
O choro vem,
Como uma torrente que a tudo lava,
Soluços em um colo invisível e ameno,
Um abraço abstrato e amigo,
Estou só, mais uma vez, completamente só.
Sinto um frio febril, aqui dentro da minha alma.
Meu espírito me consola, temos um ao outro,
Afinal, quem pode me ouvir além dele?
Quem poderá racionalizar o imaginável?
Quem suporta tanto peso, absurdo, bobagem?

O Amor e a Loucura


Tempos atrás, viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre quatro e cinco anos de idade.
O menino chamava-se Amor e a menina, Loucura.
O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já a Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, entretanto, apesar de todas as diferenças,as crianças cresciam juntas, inseparáveis: brincando, brigando…
Houve um dia, porém, em que o Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia. Ela não deixava nada barato; estava furiosa como nunca com o Amor, e começou a agredi-lo, não só verbalmente, como de costume.
A menina estava tão descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.
O Amor, sem saber o que fazer, chorando, foi contar à sua mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido.
Inconsolada, Afrodite implorou a Zeus que ajudasse seu filhoe que castigasse Loucura.
Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garotapara uma séria conversa.
Ao ser interrogada, a menina respondeu, como se estivesse coma razão, que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu.
Embora soubesse que não fora justa com seu amigo,a menina - que nunca soube se desculpar - concluiu dizendo : que a culpa havia sido do Amor, e que não estava nem um pouco arrependida.
Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança,disse que nada poderia fazer para devolver a visão ao Amor,mas ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade, estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse.
E até hoje eles caminham juntos.
Onde quer que o Amor esteja, com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência, tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura.
É também por isso que se costuma dizer que o Amor é cego.
A verdade é que o Amor tem os olhos da Loucura.
Autor: desconhecido

Fonte: site


Tenho problemas com as regras,
Entendo que elas existem para me proteger na maioria das vezes, no entanto sigo levada por minhas sensações ora certeiras outras vezes nem tanto.
E vivo e sinto a vida em mim,
Recusando-me sempre ser mera expectadora vou,
Não quero assistir as coisas acontecerem,
Estou aqui, ninguém poderá dizer no dia da minha morte que fui alguém alheia a mim mesma,
Não serei como os medrosos,
Não serei como os covardes,
Serei tida como irresponsável talvez,
Mas assertivamente serei como o mar, insistente, intensa.
No dia da minha morte espalhem minhas palavras ao vento, digam que não se cansem de buscar o amor, digam que vivam com paixão e ardor no peito, digam que vale a pena sofrer por acreditar, digam também que a dor faz parte do processo e tem lugar cativo na alma de quem assim vive.
Enquanto viver, nada serei além de mim.


Quando parar e quando continuar...
Escalar, cavar e simplesmente esperar?
O que fazer nos dias de angustia,
Onde as inquietações tomam lugar de uma certeza agora inexistente.
Uma sensação de que sua própria vida está se esvaindo e você assiste a tudo,
Não sabendo o que fazer
Não sabendo que decisões tomar,
Não sabendo nada, nada.
E tudo continua parecendo igual, ficando aquela percepção própria de que nada continua do mesmo jeito.
Por que simplesmente não paro de sentir o que sinto,
Por que simplesmente não sigo como devo seguir e por que diabos não se pode mandar nos sentimentos já que são meus?
Perturbo-me, aflijo-me, angustio-me.
É exatamente nesse momento que olho do um lado e vejo, estou só.
Não há quem queira ouvir, todos seguem, com suas próprias inquietações, somos todos iguais.
Oscila apenas um sorriso triste, ninguém vê aqui dentro.
Deve haver algo bom atrás do muro,
Algo que nem consigo dimensionar,
É uma esperança de que o melhor está por vir.
Inquietações.
Pensamentos ao ar.
Uma voz que silencia.
No peito um coração escondido.
Eu sei, somos todos iguais nessa selva de pedra.
Porém, ninguém confia em mais ninguém.


Beije-me
Toque-me
Olhe-me nos olhos e diga...
Diga-me, fale-me...
Ouvirei-te, beijarei você entre as palavras,
Abraçar-te-ei como quem prende uma presa
Estar contigo é um momento eterno
Sou tua amante pra sempre
Beija-me o corpo e toma-me para ti.

Resguardei-me em meu ritual para perfumar todo meu corpo para dar-me a ti,
Encontrar-te é a melhor parte, ser tua é o momento mais aguardado e mais planejado,
Tudo tem que ser perfeito, o lugar, o perfume, a música, a pouca roupa.
Beije-me, por favor, beije-me, abraça-me sinto tanta saudade.
Só quero fazer uma exigência,
Esqueça o antes, esqueça tudo o que acontece antes de me encontrar,
Esqueça também de tudo o que terá que fazer depois que o eterno acabar.
Quero você inteiro, aqui comigo, só meu.




Não pode entregar-se assim,
Não fale sobre você,
Não deixe rastros,
Não troque informações,
Proteja-se dos espinhos,
Proteja-se de um futuro nebuloso,
Siga, mas cuidado!
Cuidado eles estão por toda parte fingindo ser o que não são,
Dizendo que sentem e não sentem absolutamente nada,
Querem sua alma? Será?
Querem diversão a qualquer preço
Querem de alguma forma sentir o poder
Querem viver de alguma forma o que no mundo real lhes seria muito mais difícil.
Escondem-se por trás de quadros de vidros,
Ocultam-se de uma forma vil,
No rosto uma linda máscara,
Nas palavras lindos textos,
Até não encontrarem mais alimento para satisfazer seu ego.
Eis uma alerta, nada além disso!


Falem-me sobre o amor...
Ok, então sobre paixão?
Onde estes dois sentimentos se fundem e desligam?
Qual o limite proposto?
Há limites?
Quem disse para que não fosse o que é?
Como evitar?
Como viver na angustia de privações?
Sim, houve inúmeras questões, questionamentos, dúvidas, receios, e um desejo enorme de acertar, de pagar pra vê, de arriscar em nome de tudo isso que me consome por dentro.
Não posso se acusada de dizer que não tentei,
Não me acovardei diante das incertezas o que seria aplaudido como bom senso.
Na verdade eu saltei,
Como fazem os poetas em suas letras eu fiz de corpo e alma em sua vida.
Estou aqui por mim e meus credos,
Estou aqui por ti que me faz acreditar que tudo será diferente.
Felicidade maior não existe
Do que a minha nesta cidade, neste teu universo, nestas adversidades que só me embriagam de sonhos,
Pois nada mais parece ser impossível a nós.
Sinto-me viva, agora tenho algo só meu, uma poesia vivida na carne,
Que todos saibam, sim é possível romper barreiras, até mesmo às aparentes indissolúveis.
Uns preferem se esconder e viver culpado,
Porém escolho a luz do dia para declarar que é teu o meu amor!
Brindemos a vida!


Teu gosto está no céu da minha boca
E o sentimento não dito está em mim.
Não há nada que eu deva dizer-te
Não quero ser evidente a ti
Sabes apenas o necessário, no mais
Sou teu mistério.
Pensas que sabes e tentas lê a mim,
São apenas suposições que calo.
Tua capacidade tateia meu universo,
Pois meu mundo não cabe em teu divã.
Meu corpo, porém cabe em tuas mãos.

The Calling


Aguardo-te no meu jardim, a grama é verdinha e há flores nos canteiros,
Há palmeiras imperiais demarcando o espaço,
Arrumo os jarrinhos coloridos com pequenas plantas e espalho os bichinhos de cerâmica colorindo, trazendo graça nesse espaço encantado.
Meu jardim fica de frente ao mar, e nele posso contemplar as ondas arrebentarem incessantemente, divirto-me com os golfinhos coloridos, há de muitas cores, eles são divertidos, são amarelos, rosas, azuis e até lilás.
Pego meu balão, ele fica preso por uma linha imaginária e se agita ao vento,
Minha felicidade é comum entre as fadas que me contam as novidades no fundo do mar,
Onde os peixes possuem asas e voam pelo ar em curto tempo, o suficiente para comtemplar os barcos e as pessoas que por ali passeiam,
As boboletas mergulham e se refrescam junto aos golfinhos, tudo é festa!
Desejo molhar minhas pernas de pano e nem me preocupo em emaranhar meus cabelos de retalhos,
Deito-me na areia e desejo-te só pra mim, tua voz é colorida, tua presença é como uma toalha felpuda por sobre meus ombros, não quero vê você desaparecer
Nas nuvens sempre com formas disformes que parecem dançar sobre mim.
Sinto-te em meu ser de estopa alva, tudo já é em mim.
Tu porem ama o encanto e disto sei por isso me visto com letras só pra te agradar.
Cuidarei de ti e ouvirei tudo o que quiseres a eu confiar,
Eu, contudo já estou entregue a ti,
Tens meu coração de confeites.

Tem alguma coisa acontecendo,
Algumas coisas fugiram do meu controle,
E navego,
Busco-te,
Quero sentir-te,
Ouvir-te.
Que eu possa evoluir como humano,
Que eu possa ter autocontrole, que eu siga o meu plano.
E fico a pensar se existisse um lugar pra te ouvir além daqui.
Nem sei ao certo o que estou buscando.
Tenho sentindo certo medo em relação a muitas coisas, talvez temor... Sei lá.
Provas.. Certezas.. Autenticidade.
Será uma brincadeira?
Não, não...

Não quero viver sem o sorriso de vocês.
O colo que vocês me oferecem quando necessitam do meu
É um acalento para minha alma confusa.
Sorrisos e gestos que suprem minhas incertezas.
Sorrisos que definem o caminho que devo trilhar.
Gestos e olhares que me fazem sonhar e
Até sofrer, só de pensar em não tê-los aqui.
Vozes que se transformam em músicas,
Pedidos que soam como realização de um sonho por vez.
Que eu saiba mostrar o caminho,
Que eu saiba ensiná-las a pensar,
Que eu veja sempre os sorrisos que iluminam minhas trevas.


Átomos de mim.
O que é lindo, minha dor e angustia?
O que é belo, minha solidão?
O que é atraente, minha dependência, minha busca incansável de ser?
E o que sou?
O que quero?
De repente tudo se confundiu
Nada sei, fico a pensar, mas nada é claro e nada se define.
Vôo distante,
Na velocidade do pensamento vôo,
na velocidade do agora vôo
E não sei onde quero pousar,
Mas quero voar isso sei que quero...
Vôo...
Átomos de mim se espalham...
E nada agora tem importância, não sei o que sou, mas é certo que algo é.
Sinto ar em meus pulmões,
Escuto a agitação das ondas e este se assemelha a minha
E sinto medo, este tem sido um companheiro presente.
São só átomos,
Espalhados...


Quem somos?
Deuses ou mágicos?
Em nós habita essa mescla, enchendo-nos desses mistérios tolos.
Há vida em um paralelo difuso, sem nomes, sem datas, um tempo que não é,
Sensações que nos afligem para o bem ou para o mal.
No caminho encontramos almas que jamais tornaremos a revê, vai ficar a lembrança regada com um pouco de saudade.
Somos adultos num caminho de tijolos amarelos
Convivendo conosco e um amontoado de incertezas
Nem sempre procurando por respostas.
Encontramos-nos no subúrbio das almas famintas por devaneios vãos,
É o que procuramos também?
Quem saberá?
Divida comigo um pouco da sua bagagem desinteressante, isso é mais interessante.
Fale-me do cotidiano e seja humano,
ou deus,
ou mágico,
só quero que seja.
De mentiras somos cercados o tempo todo,
De amor já nos iludimos o suficiente,
O que nos resta?
Rostos que não são palavras que não ouvimos mãos que não tocamos,
Vivendo aqui neste paralelo difuso.




Não há explicações, não a nada a ser dito.
A paixão é minha morada, meus desejos
São pulsões desenfreadas,
Tudo o que quero não é,
Tudo que falo é na inexistência,
Ou não.
No meu peito o coração lateja
Será saudade?
Será anseio?
Será medo?
Buscam razões, explicações, fundamentos.
Deixem-me,
Estou aqui pela liberdade e pela prisão que é esse sentir.
Não me importo com as contradições,
Não me importo em quebrar as regras.
Brinco com a solidão como quem brinca com as ondas do mar,
Mergulho na alma como quem mergulha num rio de águas turvas,
Faço-me letras e sigo meu caminho.


Sou tua, inteiramente tua
Pertenço ao teu prazer
Ao teu gozo indizível.
Cada detalhe do meu corpo está pronto pra ti
Pois nesta noite nada é mais importante que ter você,
São muitos os assuntos, as histórias, os nossos contos,
Mas nada tão urgente quanto teus dentes buscando devorar-me,
Nada me ocupa a mente, só a espaço para as sensações, minha pele explodindo, tuas mãos me cercando por todos os lados,
Não há um ponto em mim que você não descubra,
Te ver extasiado é pra mim satisfação total,
Me buscas, me reviras, meu desejo é o teu.
Meu ápice teus gemidos,
Não há reservas,
Não há pudor,
Somos o todo, somos um só, somos um do outro.


Quantas vezes experimentamos o grande amor nesta vida?
Quantos encontros encontramos e era pra sempre?
Alguém pode ou não querer receber esse amor,o fato é que só quero amar.
Dizem que amor é atitude e decisão, “o grande amor” é que estar envolto de sentimentalismo e emoções. Pois que seja, ainda bem que ainda se pode sentir um frio na barriga e sentir a espinha esfriar de um arrepio por uma ansiedade gostosa, que bom que as borboletas não foram afugentadas da boca do estômago e nos fazem levitar, prazeroso é sentir o coração palpitar tão forte que parece nos entregar principalmente quando algumas vezes queremos disfarçar. É uma música que nos leva pra perto, é um texto que nos une, são os sonhos em comum que nos afirmam de uma maneira meio utópica que pertencemos um ao outro. É a vontade de estar perto, o desejo de beijar até perder o folêgo, é o anseio de estar com o corpo colado ao do ser amado. Desejos são despertados, fantasias alimentadas e a mente uma arma ora contra, ora a favor de tudo isso. O tempo passa não ser, a metafísica não explica o que não pode ser mensurado nem em idéias, é um sentir poderoso, é um fervilhão na corrente sanguinea, um esquentar na face, um tremor transcedental, é exagero, é fantástico, faz doer, faz endoidecer.
Eu só te quero aqui. Na vida que nuca tivemos e tivemos... na poesia, na música, nos livros, nos filmes.
Seu cheiro nunca senti, seus braços nunca me aqueceram...pura insanidade... pura irrealidade.
Falta teu beijo na fila do mercantil, falta a divisão das tarefas da casa que nunca teremos.
Vou te levar pra sempre aqui. Um amor inventado, um desejo jamais saciado.
És um grande amor, o nosso não encontro me arrebatou.
Quero as idéias compartilhadas, as angustias divididas, as complexidades repartidas, daí a vontade de estar perto, de se aquecer do frio e de se refrescar juntos no calor, curtir as montanhas e riachos, nos transpor para as praias e ter tudo que jamais pode-se ter, viver tudo que a rotina não nos permite viver.
Eu quero me afogar em você, me salvar em você, me achar em você e me perder em você.
Loucura...
O que há em mim que não pode se aquietar?
O que há aqui dentro que não pode calar?
Porque existes e não existes aqui?
Porque fizestes os sonhos parecer tão reais?
Porque a realidade é tão efêmera quanto os sonhos?
Por que sentimentos subsistem, são intemporais?
Não tem fim aqui... Hoje... Existe...Subsiste... Persiste... Talvez não era pra ser, talvez é mesmo assim, sendo do jeito que é.
Te amo e isso é indubitavelmente real pra mim!


Você não entende?
Tem algo me consumindo,
Ardendo, queimando
Na minha alma você é
Na minha vida não consigo encontrar-te
O meu fôlego está rarefeito,
Minha corrente sanguínea agitada
Você não entende?
Quero a felicidade que está em nós
Que está nos momentos em que os momentos são nossos.
Mas agora, nada há além das palavras,
Sou apenas uma imagem, uma idéia
Enquanto sinto o ardor e o calor.


Hoje é um dia eterno
A glória e o glamour,
Amores e amizades,
Hoje é um dia que jamais devia ir
Amanhã será só lembrança
Os beijos e os olhares,
As palavras e até a saudade.
Meus olhos ficam marejados
Tamanho é o sentimento não escrito.
A vida parece completa o que não quer dizer perfeita
Sinto gozo e agonia
É estranho e engraçado
E o paradoxo sempre aqui
Sou feliz e não tenho o que quero
Não sou triste mesmo que o tudo que quero não viva.
Hoje é um dia eterno e ele já está indo
Incrível, só queria chorar,
Parece que o mundo está aqui
Sinto alivio e cansaço
Quero chorar, é como ter corrido
E chegado, e alcançado
Hoje é um dia eternizado.


O choro não foi desespero
Foi saudade
Foi desejo
Os pensamentos não se misturaram
Definiam-se
Enlaçaram-se
Minhas lágrimas também não eram tristes
Era a tua ausência
Era a confirmação de que algo existe.


Então agosto começou,
Que seja o sol a iluminar a alma regida por fogo,
Que sejam os dias protegidos por uma sensatez singular,
Que as escolhas possam ser acertadas e as vitórias celebradas,
Que os momentos únicos de prazer jamais sejam cortados,
Que a vida possa ser revistada mais uma vez, só que dessa vez sem angústia,
Que o olhar pra dentro seja cheio de paz,
Será que eu já sei olhar o rio por onde a vida passa?


Minha imaginação criou você

Meu desejo desejou você

Minhas pulsões me levam até você


Quem é você?

Te criei pro meu prazer?

Quem é você?


Não sei nada sobre você

Jamais tocarei teu corpo

Jamais ouvirei tua voz


Fala-me o que meu coração busca

E cheira-me como se quisesse me devorar

Me olha como se pudesse me perder


Onde você mora?

Não sabes que estou a te esperar?

Hoje me perdi
Perdi-me entre as palavras
Não consegui encontrar nenhuma
Pra dizer amo-te
Quis falar da nossa história
Do desejo e carinho que nos envolve
E não consegui descrever
Eu senti muitas coisas
Reli alguns poemas que você me presenteou
E sorri, quis chorar, voltei a me alegrar
Estamos na vida
Continuamos seguindo
Encontro-te aqui às vezes ali
Mas sempre te encontro
Outras vezes fecho a porta pra não ter que sofrer
E hoje pulei a janela querendo te encontrar.
Desculpa-me, mas hoje não consegui dizer-te.
Hoje escrevi e apaguei vezes sem fim
Desejando encontrar o belo
A forma perfeita, mas não encontrei.


Bom é o teu cheiro

Bom pra mim é a tua presença

Intricado é o teu abraço

E tua boca minha viagem inconsciente

Numa terra que desejo jamais partir.


A paixão tem toda a conotação que lhe é própria


Te desejo tanto

Para além do teu corpo, devo confessar.

Pois sou atraída pelo desejo de te ver feliz

Tua necessidade minha missão

Minha necessidade estar com você.


DOROTHY PARKER
Tradução: Angela Carneiro

A Alma Buscada
Quando peso os prós e os contras
das coisas que meu amor encontra
uma boca curva, um punho de fogo
um cenho interrogativo, um belo jogo
de palavras tão batido quanto o pecado
uma orelha pontuda, um queixo rachado
membros longos, agudos e olhos oblíquos
nem frios, nem meigos, nem escurecidos
Quando então pondero usando a razão
nas superficialidades que satisfazem meu coração
sou surpreendida com tal banalidade
me maravilho com a minha normalidade.

"Sim eu me maravilho, é um ciclo fatídico
As vezes me odeio por ter essa alma romantizada,
Mas sou tão normal, no máximo um ser em extinção.
E as superficialidades, sem importâncias e ao mesmo tempo
Fazem parte de mim, são parte de mim, parte esta que não posso amputar.
Um queixo partido, olhos redondos e expressivos,
Curvas de um corpo amadurecido pela maternidade,
Lábios grossos...
Não penso além de quem tem isso como hábito,
Não sou especial nem diferente...
E sofro com acuidade que sinto tudo
Contudo ainda sou essa normalidade
Em meio a esta gente que vive
Querendo e gostando de viver.”

Então me diga,
A vida nos desaponta para nos fazer crescer?
Sigamos...
Pois não somos imunes nem ao bem
Nem ao mal.
Amores e desilusões
Velórios e nacimentos
Traições e lealdades
Sigamos...
Dificil é andar na vertigem de um abismo
Buscando o equilíbrio para se manter seguro.
Há muitas opções, muitas escolhas
Há um leque, muitas propostas.
Nossas escolhas definem os sabores e dissabores também.
Vivamos... Com a consciência de quem estar vivo
Com a consciência de quem sabe que não estamos ao acaso.


Ai ai... a alma da gente...
Ora apaixonada,
Ora abatida,
Ora em fuga,
Ora se entrega,
Ora ama,
Ora odeia..

Me enxergo e tenho medo
Tudo que habita em mim é exagero, talvez excesso..
O poeta já dizia que se possível for, tornar ao menos suportável o convívio comigo mesmo.

Me sinto como um mar revolto com toda a sua beleza
Ventos fortes me agitam, percorro Quilômetros e acabo por me arrebentar na areia
Recuo, sim eu recuo assim como as ondas, e torno a me lançar sobre a areia.
Em momentos avanço em outros retrocedo.

Os céus, sim ele contempla tudo, me assiste, me aplaude, chora comigo, brilha comigo. E nunca me deixa só. A noite me trás às estrelas, em noites muito especiais me envolve com o deslumbre da Lua, durante o dia me aquece com o sol.
Sim como é íntimo nossa sintonia.

Como temos afinidades, vertentes e singularidades
Minha alma e o mar.
Por isso quando te visito sinto que somos um só
Nos entendemos sem palavras
E sempre tenho a sensação de ter sido compreendida.

Ora revolto
Ora tranqüilo
Ora azul
Ora prata
Ora quente
Ora frio.
O mar e minha alma.


O ar é tão gélido, arde pelas narinas e arranha minha pele. A cabeça lateja e o pulsar é inquietante. Falta um pouco de fôlego talvez por isso o dilatar dos pulmões não é tão fácil. Miro o horizonte e o que eles esperam de mim? Fecho as janelas da alma por uns instantes, escuridão, é um mergulho em mim. Busco incessantemente encontrar o que quero sem ao menos saber o que preciso agora.

Vertentes... Muitas pessoas ao redor.

Abro as janelas, pois sinto medo em mim, é bom estar vivo e é quase uma oração. Fito os olhos em lugar algum, pois só enxergo o que há por dentro. É impressionante o que agora acontece, roubo de mim a cena que quero ver para dá lugar ao que não quero ver e ainda sim isso é a tentativa de esquecer.

Cerco-me de histórias, me alimento delas, as alimento também, somos parceiras e para que seja belo buscamos cenários, trilha sonora e até a dor se torna bela e a alegria as vezes triste. Vejo tudo isso ora de olhos fechado, ora bem abertos.

Responda-me onde fica o passado, me explique porque nós mortais temos tantas escolhas, fale-me do bem e do mal e me mostre o que é o amor. Diga-me sobre a pacificação do ser, sobre a salvação do espírito e por fim diga-me como não mais me chatear com os mios escandalosos dos gatos apaixonados em cima do muro... Do telhado.

Sempre temos belos textos sobre paixão, emoção, vida... Na prática escolhemos o que mantém os pés no chão.

Não existiam textos, existia vida, primeiro veio paixão só depois vieram relatos, havia vida em tudo o que respirávamos e a poesia era escrita por nossas ações, o mar foi nossa testemunha, tínhamos uma história intensa e não houve nenhuma mancha, nenhuma nodoa nem nenhuma vergonha.

Só não me fale do que é real, do pé no chão e do chão no pé, isso não cabe a você, nada fale sobre privatização, basta o tempo, pois a alma é livre e voa numa velocidade perfeita. Perfeição só há aqui dentro, aonde vou, onde estou, onde quero estar.

E sobre o que hei de dizer de ti?

Agradecer-te-ia se tu foste o culpado por momentos de particularidades inigualáveis mas tu foste vítima, eu presenteada pela vida por tua vida, por tua inteligência, por tua postura tão intrínseca, tão ímpar.

Um osculo e um amplexo, como não podia deixar de ser!


A gente leva um tempo pra entender QUE EXISTEM COISAS TÃO SUBLIMES NA VIDA QUE DE TÃO CORRIQUEIRAS ACABAMOS POR NÃO DÁ VALOR DEVIDO.
É um sentimento de satisfação que toma conta de mim!
A sensação de voar que tanto amo.
Liberdade e absolvição são dois sentimentos que hoje me habitam.
Levito em mim, corro por meu mundo. Sou apenas eu.


N ão sinto meu corpo, só sei do que é consciente, do que não é palpável e ainda é desconhecido, estou indo e não sinto medo, sinto inquietação talvez pelo que desconheço. É outra viagem eu sei; mergulho no que não sei com a curiosidade e ansiedade. Como nunca deixei de ser. Não sinto frio e nem calor. Tudo o que fiz cada erro, cada acerto, a intensidade das coisas, momentos viscerosos, corridas pelas sombras, pelas trevas e de volta a luz. Qual será a sentença? Sinto plenitude como se cobrisse todo o mar, como se fosse o próprio vento. Sou som. Sou o que acalma e também o que assanha. Tive tanto medo de deixar escapar o que agora já não é. Tudo o que fui, fui para mim mesma, não me privei. Tudo passa tão depressa, sinto que a nostalgia me persiga pra sempre para além do que chamamos vida. Pois agora tudo posso vê, foi como um sonho com conseqüências reais. E nada acabou!


Daqui te vejo
Observo-te
Tua vida cheia de vida
Teu caminho indo
Queres-me?
Deseja-me?
Provoca-me?
Somos humanos ou deuses?
Nesse chão de vaidades, de orgulhos e corações machucados o que podemos esperar?
São tantas as perguntas...
Ainda temos amor para dar? Sabemos amar? Queremos amar tanto quanto ser amados?
O que fazer diante de uma frustração? Continuar, perdoar, esquecer?
O que queremos sentir? O que buscamos?
Do que você precisa?
Uma vida é como um sopro e trocamos a eternidade por um momento?
Estamos dispostos a correr riscos? Até quando? Até quanto?
Vai doer até sangrar? Vai sorrir pra sempre?
O que está em jogo?
O que é essencial?
Do que eu preciso?
O que eu faço com essas asas?
E com os meus pés sangrando?
Vamos viver de que?
Gente, quem inventou o amor?
Só faça meu coração pulsar, quero desejar-te com cada átomo do meu corpo e fazer valer cada minuto dessa vida!


Cerquei-me de ti
Por que te amo
Porque anseio tua presença constantemente
O amor conhece limites
Porém a paixão desconhece
Somente chamo por ti em silêncio
E ouves a minha voz
E sempre vens ao meu encontro
Estás na imagem criada
Nas letras decifradas
Nos sons que ouço
Porque só a ti quero pertencer.


Fazes-me sentir um misto de medo e ansiedade.
Entregar-me a ti é um momento perfeito
Sinto teu hálito quente na minha nuca desejando-me, tuas mãos espalmam cada pedacinho do meu corpo
Tua paixão me seduz
És o meu conto de fadas no mundo real.


Das conquistas
Das coisas que eu não sei
Das coisas que eu sinto
Sobretudo o que aprenderei.
Que fique claro o que eu não quero
Que eu siga pelo equilíbrio
Que eu me entregue ao que é bom
Que eu desvie das dores que são certas
No entanto viver cada dia
Amar quem me ama
Cuidar do que é eterno.
Sem ter na mão a receita
De tudo saber
Correndo riscos
Sentindo dores
Alegrias
Euforia
Morrer até reviver.Sendo inconstante que sou.


E tudo mudou...
Fizeste meu cálice transbordar
Meu corpo tremer
Minha alma descansar
Me deste refrigério
Encontraste um oásis para nós
Um pouso, uma pausa
Sorrimos e descansamos
Eu nos seus braços
Você no meu afago.


Sinto saudades
Daquela pessoinha
Que me abraça com tanto desejo
Que me beija com tanto carinho
Que me olha e me quer.
Na minha mente não sai a tua lembrança
Corro por diante do mar
Olhando, procurando.
És minha fraqueza
És meu calcanhar de Aquiles
A ti não posso dizer não
És o que me fazes bem e mal
És minha vida e também morte.


Hoje li a expressão “navego impreciso”.
Respostas exatas não existirão para muitas de minhas questões por isso vou tateando, ciente da graça de Deus, ciente de que sou essa obra em construção.

Na vida, no real, na ora das escolhas, não existe o olhar romântico e poético, existe você e a vida, a escolha e as conseqüências. Você pode se preparar como um atleta se prepara para uma corrida, mas na hora da corrida sobrevirão muitos imprevistos que poderiam ou não ter sido avaliados antes... e você vai..você segue... e em momentos você se acha inexperiente, em outros sortudo, em outros despreparado, em outro muito inteligente, em outros uma porcaria. E em resumo de tudo o que nem eu sei o que quero dizer eu navego impreciso.

Eu vou sem nem saber ao certo o que quero.

Navego e navego impreciso.
Meu coração hoje sente e vive o que há quase dois anos não vive, não sente. Que bom é sentir a eternidade pulsando dentro de mim, que bom é sentir que a vida pulsa e pulsa nesse mundo louco, caído...


O Cordeiro que foi morto desde antes da fundação do mundo, é o mesmo que tira o pecado do mundo. “Tira”, que no grego significa tirou, tira e tirará.



Esse é o amor me constrange. É diante desse Deus que me dobro, me curvo, me entrego, diante desse Deus me aceito, me vejo.


Levo dias construindo uma fortaleza
Segundos para tudo ser esmiuçado
Tudo vai ruir
É só uma questão de tempo
É uma luta solitária
Unilateral
Quais as chances disso dá certo?


Criaste-me do pó
Deste-me fôlego e me pôs entre os viventes
Agora sinto essa agonia
Essa fobia
Esse turbilhão dentro em mim
Ora amo, ora odeio
Ora vivo, ora pareço morrer
Ora sinto-me leve, ora sinto-me pedra
Dores no peito
Flertes na alma
Inquietações no espírito
Eis-me aqui
Ora agradecida
Ora revoltada
Ora apaixonada
Ora amargurada
E nenhuma novidade há nisso
Sou diferente de alguém?
Não, não sou...
Sofremos as mesmas angustia nesse chão.


Ciclo...
Odeio-te hoje para amanhã desejar-te fervorosamente
Hoje ponho em dúvida teu caráter
Para não querer saber de ti
Amanhã te perdôo para te trazer junto a mim
Hoje sinto indignação pela omissão de fatos
Amanhã já nem me importarei
Hoje tanto faz tua presença
Amanhã será insuportável tua ausência
Nesse indo e vindo
Nesse querer e não querer
Pareço não saber viver sem você
Pareço conseguir seguir apesar de você
Uma história inventada para mim
Um amor livre, aberto
Uma paixão que odeia para justificar meu adeus e te manter distante
Tendo o pretérito mais que perfeito como angústia do verbo amar
Conjugando assim na alma o gerúndio
Esperando um amanhã que possa sem privações se entregar
Que não saberá conviver com tua vida longe da minha.
Amado desprezado.


Do Desejo
de Hilda Hilst

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
(Do Desejo - 1992)

* * *

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
( Do Desejo - 1992)

* * *

Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível

E o que eu desejo é luz e imaterial.

Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
(Da Noite - 1992)


Se eu me confirmar e me considerar verdadeiro, estarei perdido porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser - se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesmo, e sem sequer precisar me procurar.Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que me achar seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?

Clarice Lispector


Dia trágico para um poeta


Sem amor, sem paixão

Daquelas que esquenta o sangue,

A mente

A alma.


O sonho foi arrebatado pela rotina

Pela realidade

Pela fatalidade.


No banco vazio me encontro

Sem nada aguardar

Sem nada a pedir.


A paixão anda por aí

E invejo os apaixonados

Hoje a aquecer seus corpos

Sentindo a explosão dos sentimentos arrebatadores

Perdendo o fôlego em beijos incessantes,

Ah como os invejo.


A mim resta uma taça de vinho

A solicitude

As palavras desordenadas

E a mente a procurar um lugar para pousar.



Afinal eu quem sou, quando não brinco? Um pobre órfão abandonado nas ruas das sensações,
tiritando de frio às esquinas da Realidade, tendo que dormir nos degraus da Tristeza e comer
o pão dado da Fantasia. De meu pai sei o nome; disseram-me que se chamava Deus, mas o
nome não me dá idéia de nada. Ás vezes, na noite, quando me sinto só, chamo por ele e choro,
e faço-me uma idéia dele a que possa amar...Mas depois penso que o não conheço, que talvez
ele não seja assim, que talvez seja nunca esse o pai da minha alma...
Quando acabará isso tudo, estas ruas onde arrasto a minha miséria, e estes degraus onde
encolho o meu frio e sinto as mãos da noite por entre os meus farrapos? Se um dia Deus me
viesse buscar e me levasse para a sua casa e me desse calor e afeição...Ás vezes penso isto e
choro com alegria a pensar que o posso pensar...Mas o vento arrasta-se pela rua fora e as
folhas caem no passeio...Ergo os olhos e vejo as estrelas que não têm sentido nenhum...E de
tudo isto fico apenas eu, uma pobre criança abandonada, que nenhum Amor quis par seu
filho adoptivo, nem nehuma Amizade para seu companheiro de brinquedos.
Tenho frio de mais. Estou tão cansado no meu abandono. Vai buscar, ó Vento, a minha Mãe.
Leva-me na Noite para a casa que não conheci...Torna a dar-me, ó Silêncio imenso, a minha
ama e o meu berço e a minha canção com que eu dormia..."

Fernando Pessoa


Sinto-me só, num mundo vazio

É estranho dizer

Mas o que acontece dentro da alma é pouco claro

Sei que meus pensamentos te buscam
Ansiando aplacar essa solidão

Meu corpo sente falta do teu

E em mim habita a interrogação de saber quem és tu.


Moras na minha angústia

na minha dúvida

na minha paixão.


Não sei se é assim que deve ser

Sei que deve ser mesmo assim

Buscando a liberdade em sermos

Mesmo sem saber ao certo ser.


Meu amor

Meu segredo

Minha saudade


Existes em mim e para mim.