Minha imaginação criou você

Meu desejo desejou você

Minhas pulsões me levam até você


Quem é você?

Te criei pro meu prazer?

Quem é você?


Não sei nada sobre você

Jamais tocarei teu corpo

Jamais ouvirei tua voz


Fala-me o que meu coração busca

E cheira-me como se quisesse me devorar

Me olha como se pudesse me perder


Onde você mora?

Não sabes que estou a te esperar?

Hoje me perdi
Perdi-me entre as palavras
Não consegui encontrar nenhuma
Pra dizer amo-te
Quis falar da nossa história
Do desejo e carinho que nos envolve
E não consegui descrever
Eu senti muitas coisas
Reli alguns poemas que você me presenteou
E sorri, quis chorar, voltei a me alegrar
Estamos na vida
Continuamos seguindo
Encontro-te aqui às vezes ali
Mas sempre te encontro
Outras vezes fecho a porta pra não ter que sofrer
E hoje pulei a janela querendo te encontrar.
Desculpa-me, mas hoje não consegui dizer-te.
Hoje escrevi e apaguei vezes sem fim
Desejando encontrar o belo
A forma perfeita, mas não encontrei.


Bom é o teu cheiro

Bom pra mim é a tua presença

Intricado é o teu abraço

E tua boca minha viagem inconsciente

Numa terra que desejo jamais partir.


A paixão tem toda a conotação que lhe é própria


Te desejo tanto

Para além do teu corpo, devo confessar.

Pois sou atraída pelo desejo de te ver feliz

Tua necessidade minha missão

Minha necessidade estar com você.


DOROTHY PARKER
Tradução: Angela Carneiro

A Alma Buscada
Quando peso os prós e os contras
das coisas que meu amor encontra
uma boca curva, um punho de fogo
um cenho interrogativo, um belo jogo
de palavras tão batido quanto o pecado
uma orelha pontuda, um queixo rachado
membros longos, agudos e olhos oblíquos
nem frios, nem meigos, nem escurecidos
Quando então pondero usando a razão
nas superficialidades que satisfazem meu coração
sou surpreendida com tal banalidade
me maravilho com a minha normalidade.

"Sim eu me maravilho, é um ciclo fatídico
As vezes me odeio por ter essa alma romantizada,
Mas sou tão normal, no máximo um ser em extinção.
E as superficialidades, sem importâncias e ao mesmo tempo
Fazem parte de mim, são parte de mim, parte esta que não posso amputar.
Um queixo partido, olhos redondos e expressivos,
Curvas de um corpo amadurecido pela maternidade,
Lábios grossos...
Não penso além de quem tem isso como hábito,
Não sou especial nem diferente...
E sofro com acuidade que sinto tudo
Contudo ainda sou essa normalidade
Em meio a esta gente que vive
Querendo e gostando de viver.”

Então me diga,
A vida nos desaponta para nos fazer crescer?
Sigamos...
Pois não somos imunes nem ao bem
Nem ao mal.
Amores e desilusões
Velórios e nacimentos
Traições e lealdades
Sigamos...
Dificil é andar na vertigem de um abismo
Buscando o equilíbrio para se manter seguro.
Há muitas opções, muitas escolhas
Há um leque, muitas propostas.
Nossas escolhas definem os sabores e dissabores também.
Vivamos... Com a consciência de quem estar vivo
Com a consciência de quem sabe que não estamos ao acaso.


Ai ai... a alma da gente...
Ora apaixonada,
Ora abatida,
Ora em fuga,
Ora se entrega,
Ora ama,
Ora odeia..

Me enxergo e tenho medo
Tudo que habita em mim é exagero, talvez excesso..
O poeta já dizia que se possível for, tornar ao menos suportável o convívio comigo mesmo.

Me sinto como um mar revolto com toda a sua beleza
Ventos fortes me agitam, percorro Quilômetros e acabo por me arrebentar na areia
Recuo, sim eu recuo assim como as ondas, e torno a me lançar sobre a areia.
Em momentos avanço em outros retrocedo.

Os céus, sim ele contempla tudo, me assiste, me aplaude, chora comigo, brilha comigo. E nunca me deixa só. A noite me trás às estrelas, em noites muito especiais me envolve com o deslumbre da Lua, durante o dia me aquece com o sol.
Sim como é íntimo nossa sintonia.

Como temos afinidades, vertentes e singularidades
Minha alma e o mar.
Por isso quando te visito sinto que somos um só
Nos entendemos sem palavras
E sempre tenho a sensação de ter sido compreendida.

Ora revolto
Ora tranqüilo
Ora azul
Ora prata
Ora quente
Ora frio.
O mar e minha alma.


O ar é tão gélido, arde pelas narinas e arranha minha pele. A cabeça lateja e o pulsar é inquietante. Falta um pouco de fôlego talvez por isso o dilatar dos pulmões não é tão fácil. Miro o horizonte e o que eles esperam de mim? Fecho as janelas da alma por uns instantes, escuridão, é um mergulho em mim. Busco incessantemente encontrar o que quero sem ao menos saber o que preciso agora.

Vertentes... Muitas pessoas ao redor.

Abro as janelas, pois sinto medo em mim, é bom estar vivo e é quase uma oração. Fito os olhos em lugar algum, pois só enxergo o que há por dentro. É impressionante o que agora acontece, roubo de mim a cena que quero ver para dá lugar ao que não quero ver e ainda sim isso é a tentativa de esquecer.

Cerco-me de histórias, me alimento delas, as alimento também, somos parceiras e para que seja belo buscamos cenários, trilha sonora e até a dor se torna bela e a alegria as vezes triste. Vejo tudo isso ora de olhos fechado, ora bem abertos.

Responda-me onde fica o passado, me explique porque nós mortais temos tantas escolhas, fale-me do bem e do mal e me mostre o que é o amor. Diga-me sobre a pacificação do ser, sobre a salvação do espírito e por fim diga-me como não mais me chatear com os mios escandalosos dos gatos apaixonados em cima do muro... Do telhado.

Sempre temos belos textos sobre paixão, emoção, vida... Na prática escolhemos o que mantém os pés no chão.

Não existiam textos, existia vida, primeiro veio paixão só depois vieram relatos, havia vida em tudo o que respirávamos e a poesia era escrita por nossas ações, o mar foi nossa testemunha, tínhamos uma história intensa e não houve nenhuma mancha, nenhuma nodoa nem nenhuma vergonha.

Só não me fale do que é real, do pé no chão e do chão no pé, isso não cabe a você, nada fale sobre privatização, basta o tempo, pois a alma é livre e voa numa velocidade perfeita. Perfeição só há aqui dentro, aonde vou, onde estou, onde quero estar.

E sobre o que hei de dizer de ti?

Agradecer-te-ia se tu foste o culpado por momentos de particularidades inigualáveis mas tu foste vítima, eu presenteada pela vida por tua vida, por tua inteligência, por tua postura tão intrínseca, tão ímpar.

Um osculo e um amplexo, como não podia deixar de ser!


A gente leva um tempo pra entender QUE EXISTEM COISAS TÃO SUBLIMES NA VIDA QUE DE TÃO CORRIQUEIRAS ACABAMOS POR NÃO DÁ VALOR DEVIDO.
É um sentimento de satisfação que toma conta de mim!
A sensação de voar que tanto amo.
Liberdade e absolvição são dois sentimentos que hoje me habitam.
Levito em mim, corro por meu mundo. Sou apenas eu.


N ão sinto meu corpo, só sei do que é consciente, do que não é palpável e ainda é desconhecido, estou indo e não sinto medo, sinto inquietação talvez pelo que desconheço. É outra viagem eu sei; mergulho no que não sei com a curiosidade e ansiedade. Como nunca deixei de ser. Não sinto frio e nem calor. Tudo o que fiz cada erro, cada acerto, a intensidade das coisas, momentos viscerosos, corridas pelas sombras, pelas trevas e de volta a luz. Qual será a sentença? Sinto plenitude como se cobrisse todo o mar, como se fosse o próprio vento. Sou som. Sou o que acalma e também o que assanha. Tive tanto medo de deixar escapar o que agora já não é. Tudo o que fui, fui para mim mesma, não me privei. Tudo passa tão depressa, sinto que a nostalgia me persiga pra sempre para além do que chamamos vida. Pois agora tudo posso vê, foi como um sonho com conseqüências reais. E nada acabou!


Daqui te vejo
Observo-te
Tua vida cheia de vida
Teu caminho indo
Queres-me?
Deseja-me?
Provoca-me?
Somos humanos ou deuses?
Nesse chão de vaidades, de orgulhos e corações machucados o que podemos esperar?
São tantas as perguntas...
Ainda temos amor para dar? Sabemos amar? Queremos amar tanto quanto ser amados?
O que fazer diante de uma frustração? Continuar, perdoar, esquecer?
O que queremos sentir? O que buscamos?
Do que você precisa?
Uma vida é como um sopro e trocamos a eternidade por um momento?
Estamos dispostos a correr riscos? Até quando? Até quanto?
Vai doer até sangrar? Vai sorrir pra sempre?
O que está em jogo?
O que é essencial?
Do que eu preciso?
O que eu faço com essas asas?
E com os meus pés sangrando?
Vamos viver de que?
Gente, quem inventou o amor?
Só faça meu coração pulsar, quero desejar-te com cada átomo do meu corpo e fazer valer cada minuto dessa vida!


Cerquei-me de ti
Por que te amo
Porque anseio tua presença constantemente
O amor conhece limites
Porém a paixão desconhece
Somente chamo por ti em silêncio
E ouves a minha voz
E sempre vens ao meu encontro
Estás na imagem criada
Nas letras decifradas
Nos sons que ouço
Porque só a ti quero pertencer.


Fazes-me sentir um misto de medo e ansiedade.
Entregar-me a ti é um momento perfeito
Sinto teu hálito quente na minha nuca desejando-me, tuas mãos espalmam cada pedacinho do meu corpo
Tua paixão me seduz
És o meu conto de fadas no mundo real.


Das conquistas
Das coisas que eu não sei
Das coisas que eu sinto
Sobretudo o que aprenderei.
Que fique claro o que eu não quero
Que eu siga pelo equilíbrio
Que eu me entregue ao que é bom
Que eu desvie das dores que são certas
No entanto viver cada dia
Amar quem me ama
Cuidar do que é eterno.
Sem ter na mão a receita
De tudo saber
Correndo riscos
Sentindo dores
Alegrias
Euforia
Morrer até reviver.Sendo inconstante que sou.