Eu sigo nessa estrada,
Sei quem e como sou esse paradoxo não habita em mim
O que não significa que sei administrar
O que sinto
O que quero
Sinto como esses poetas que dizem que o futuro habita no passado
Ou como os que afirmam sentir saudade do que ainda não viveu.
Meu paradoxo habita em outra esfera
E sinto um constante mergulhar em mim
E a cada volta à superfície um novo questionamento.
Sinto algumas vezes vítima de mim,
Os outros vítimas-reféns de mim
Eu agraciada pela alma que busca sempre algo
A fome pelo o que construo em pensamentos
O anseio pela concretização de belas ilusões
Fascinada pela literatura que envolve a complexidade do ser
E me vejo também na contra mão dessa máquina que penso compreender
Desejando a simplicidade que não tenho
Invejando os que vivem conformados
Os que sabem não pensar demais, sentir demais
Os que se mantiveram distantes do fruto do conhecimento do bem e do mal.
Não busco saber quem sou
Busco manter em equilíbrio o vulcão que há em mim
Como se pudesse conter um vulcão!
Não sou melhor
Nem especial
Nem diferente
Eu sou essa poeira.