Responda-me onde fica o passado, me explique porque nós mortais temos tantas escolhas, fale-me do bem e do mal e me mostre o que é o amor. Diga-me sobre a pacificação do ser, sobre a salvação do espírito e por fim diga-me como não mais me chatear com os mios escandalosos dos gatos apaixonados em cima do muro... Do telhado.

Sempre temos belos textos sobre paixão, emoção, vida... Na prática escolhemos o que mantém os pés no chão.

Não existiam textos, existia vida, primeiro veio paixão só depois vieram relatos, havia vida em tudo o que respirávamos e a poesia era escrita por nossas ações, o mar foi nossa testemunha, tínhamos uma história intensa e não houve nenhuma mancha, nenhuma nodoa nem nenhuma vergonha.

Só não me fale do que é real, do pé no chão e do chão no pé, isso não cabe a você, nada fale sobre privatização, basta o tempo, pois a alma é livre e voa numa velocidade perfeita. Perfeição só há aqui dentro, aonde vou, onde estou, onde quero estar.

E sobre o que hei de dizer de ti?

Agradecer-te-ia se tu foste o culpado por momentos de particularidades inigualáveis mas tu foste vítima, eu presenteada pela vida por tua vida, por tua inteligência, por tua postura tão intrínseca, tão ímpar.

Um osculo e um amplexo, como não podia deixar de ser!