O ar é tão gélido, arde pelas narinas e arranha minha pele. A cabeça lateja e o pulsar é inquietante. Falta um pouco de fôlego talvez por isso o dilatar dos pulmões não é tão fácil. Miro o horizonte e o que eles esperam de mim? Fecho as janelas da alma por uns instantes, escuridão, é um mergulho em mim. Busco incessantemente encontrar o que quero sem ao menos saber o que preciso agora.

Vertentes... Muitas pessoas ao redor.

Abro as janelas, pois sinto medo em mim, é bom estar vivo e é quase uma oração. Fito os olhos em lugar algum, pois só enxergo o que há por dentro. É impressionante o que agora acontece, roubo de mim a cena que quero ver para dá lugar ao que não quero ver e ainda sim isso é a tentativa de esquecer.

Cerco-me de histórias, me alimento delas, as alimento também, somos parceiras e para que seja belo buscamos cenários, trilha sonora e até a dor se torna bela e a alegria as vezes triste. Vejo tudo isso ora de olhos fechado, ora bem abertos.