Queria ser autônoma de mim
Livre de mim
Salva de mim.
Só há um lugar possível de ser arrebatada de mim mesma,
Onde sou tocada pelo nada que acalma,
Onde os pensamentos perdem toda sua força,
E sou limpa de mim, lavada de mim,
As gavetas misteriosas que compõem em milésimos de segundos incontáveis pensamentos são fechadas
E o silêncio vem,
O choro vem,
Como uma torrente que a tudo lava,
Soluços em um colo invisível e ameno,
Um abraço abstrato e amigo,
Estou só, mais uma vez, completamente só.
Sinto um frio febril, aqui dentro da minha alma.
Meu espírito me consola, temos um ao outro,
Afinal, quem pode me ouvir além dele?
Quem poderá racionalizar o imaginável?
Quem suporta tanto peso, absurdo, bobagem?